Artrose: o que é e por que acontece?
Artrose é o nome dado ao resultado do processo de envelhecimento das articulações. Nossas articulações são como dobradiças, e as extremidades dos ossos que entram em contato entre si são revestidas por uma camada de material bastante liso e elástico, que se chama cartilagem. Este material é tão especial, que estudos mostram que o deslizamento entre duas superfícies de cartilagem articular ocorre com menos atrito do que o deslizamento entre dois cubos de gelo. Dessa forma, uma articulação saudável apresenta grande capacidade de movimento, sem que haja atrito entre as partes, tal qual peças de um motor bem lubrificado.
Os diversos materiais que compõe o nosso organismo são chamados de tecidos, e as cartilagens articulares são tecidos extremamente adaptados a cumprir uma função bastante específica, que é absorver choques e permitir deslizamento. Como em todos os outros tecidos do nosso corpo que se especializaram em cumprir uma tarefa muito particular, as células da cartilagem articular perderam sua capacidade reprodutiva, o que faz com que não haja células para reposição daquelas que se perdem com o tempo. Isso explica a mudança do funcionamento das articulações que ocorre ao longo da idade adulta.
Aproximadamente aos 40 anos de vida inicia-se um processo de desgaste desta camada de revestimento cartilaginoso das articulações. O ritmo em que ocorrem estas alterações na cartilagem é muito lento, e as manifestações deste quadro somente vem a ocorrer vários anos após o seu início, em geral após os 60 anos de idade. Quando este desgaste atinge certo grau, as articulações acometidas passam a apresentar maior atrito no deslizamento entre os ossos e uma menor capacidade de absorver choques, inflamando-se facilmente em resposta a pequenos traumas ou esforços físicos, gerando dores e inchaço das juntas. É exatamente esta situação que se chama artrose.
A artrose, apesar de afetar todos os indivíduos após a meia idade, não se manifesta sempre da mesma maneira. Muitos portadores de artrose podem não apresentar dores ou sensibilidade articular importante, mesmo que os exames de radiografia ou ressonância magnética já apontem a existência de desgaste estabelecido. Diversos fatores foram identificados como responsáveis por esta boa evolução da artrose, e além de características individuais herdadas geneticamente, há também fatores relacionados ao estilo de vida, tais como o controle do peso corporal, condicionamento físico adequado e a prática de atividades físicas sem impacto articular.
Apesar de ainda não haver um tratamento cientificamente comprovado que promova o rejuvenescimento das cartilagens articulares, as medicações disponíveis para controle inflamatório, um bom preparo da musculatura dos membros inferiores e adequação das atividades ao quadro do paciente, tornam possível manter a mobilidade, independência e uma boa qualidade de vida mesmo em graus mais avançados de desgaste. Para os quadros graves e limitantes, que acometem o joelho, quadril e ombro, dispomos atualmente de procedimentos cirúrgicos para a troca dos revestimentos articulares, que chamamos de próteses articulares. Tais procedimento são extremamente sofisticados e tem bons resultados, desde que indicados corretamente e realizados por profissional qualificado.