A patela é o osso de formato mais ou menos circular, que podemos tocar na face anterior do joelho. Esse pequeno osso tem uma função bem específica: ele age como uma polia, aumentando a eficiência da musculatura da face anterior da coxa para realizar a extensão da perna.

Por estar localizado logo abaixo da pele e bem na frente do joelho, ele pode sofrer grandes impactos, quando alguém cai em cima dos joelhos. Dependendo da intensidade do trauma, este osso pode fraturar e como ele está sujeito a constante tração, exercida pela musculatura da coxa, os fragmentos fraturados tendem a se afastar uns dos outros, mudando a anatomia e o funcionamento do joelho.

Uma vez afastados os fragmentos de uma patela fraturada, somente a intervenção humana poderá unir novamente estes fragmentos e tornar possível a cicatrização da fratura, de modo que o joelho volte a funcionar normalmente.

Se deixarmos somente a natureza agir, o resultado será a incapacidade de fazer a extensão ativa do joelho, pois os fragmentos separados da patela significarão o desligamento da musculatura da coxa da sua ancoragem na tíbia. Se o músculo contrai, mas não transfere sua força para a tíbia, não há movimento.

Pacientes com interrupção do mecanismo de extensão do joelho, por fratura não tratada da patela, terão alterações importantes na marcha e estarão sujeitos a quedas frequentes. Felizmente, o avanço da medicina proporciona hoje técnicas cirúrgicas seguras e eficazes para unir novamente os fragmentos fraturados da patela, resultando em joelhos funcionais e que permitem não somente a marcha segura, mas até mesmo a volta às atividades físicas e esportivas.

Há também casos, não tão comuns, de fraturas ocasionadas por trauma de baixa energia, geralmente em idosos, que já apresentam alguma fragilidade óssea pela osteoporose, nos quais os fragmentos fraturados não se deslocam. Isso pode acontecer se a fratura não for completa, isto é, não atravessar completamente o osso, ou então quando os tecidos ao redor da patela ainda permanecem íntegros o suficiente para segurar os fragmentos fraturados em seu lugar.

Nestas situações é possível que apenas a imobilização do joelho, por algumas semanas, seja eficiente para tratar adequadamente a fratura. Após a consolidação (cicatrização) da fratura, o paciente deverá fazer reabilitação com fisioterapia, para recuperar a mobilidade do joelho e a força muscular.