
Fraturas por estresse
Os nossos ossos são, para nossos corpos, como as vigas para um prédio. Eles fornecem uma estrutura resistente que é responsável pela sustentação. De modo semelhante às vigas metálicas, que são mais resistentes que os demais materiais que compõe um edifício, os ossos são mais resistentes que os demais tecidos do corpo humano.
E, da mesma forma que uma viga metálica pode falhar, se submetida a esforços que ultrapassem sua capacidade, assim também acontece com nossos ossos.
A falha mais comum do tecido ósseo são as fraturas e as fraturas mais frequentes são aquelas ocasionadas por um trauma. Ainda fazendo um paralelo com um prédio, as fraturas por trauma seriam aquelas ocasionadas por algo abrupto, intenso e inesperado, tal como um terremoto de grandes proporções.
Nestas condições, mesmo um prédio novo e bem construído pode desmoronar.
Por outro lado, há um outro tipo de falha, que ocorre tanto em prédios, como no nosso esqueleto, que são ocasionadas por um fenômeno chamado de fadiga do material. Em um prédio, as vigas metálicas submetidas a algum tipo de vibração ou micromovimento constante, mesmo que de baixa intensidade, ao longo do tempo, podem apresentar fissuras e rachaduras. No corpo humano, chamamos este fenômeno de fraturas por estresse.
As fraturas por estresse ocorrem quando determinado osso é submetido a um esforço de baixa intensidade, porém de modo persistente. Os ossos das pernas (tíbias) e alguns ossos dos pés são os mais frequentemente afetados por tais fraturas. Corredores de longa distância ou militares submetidos a longas marchas são os exemplos mais comuns de indivíduos sujeitos às tais fraturas por estresse.
Eventualmente, algumas pessoas que já possuem algum grau de osteopenia, podem apresentar fraturas por estresse sem ter realizado corridas, apenas por caminhar longas distâncias. Às vezes, me deparo com casos assim: pessoas na casa dos seus sessenta e poucos anos, que fazem viagens, nas quais caminham muito para poder aproveitar todas as atrações turísticas de determinado local e acabam voltando com dores intensas.
Uma vez diagnosticada a fratura por estresse, o tratamento é diminuir o impacto sobre o osso afetado, pois, ao contrário de um edifício, o nosso organismo pode corrigir-se a si mesmo, desde que tenha o repouso necessário. Em geral, algumas semanas de restrição de carga no membro são suficientes para que o osso cicatrize. O retorno às atividades físicas, por outro lado, deve ser gradual e acompanhado de exercícios físicos orientados, para prevenir novas fraturas.