
Doença de Osgood-Schlater
Doença de Osgood-Schlatter ou síndrome de Osgood-Schlatter: qualquer um destes nomes parece assustador, não é? Pois estes nomes pomposos são utilizados para designar uma condição que, em mais de 90% das vezes, se resolve sozinha, sem qualquer tratamento.
Mas, o que é a síndrome de Osgood-Schlatter? Você já deve ter percebido uma pequena elevação do osso na face anterior do seu joelho, que fica cerca de 5 cm abaixo da parte inferior da patela. Geralmente é este ponto que encosta no chão, quando estamos ajoelhados. Este carocinho é chamado tecnicamente de tuberosidade anterior da tíbia, e serve como ponto de ancoragem do tendão patelar.
O tendão patelar funciona como cabo de transmissão do músculo mais potente do corpo humano, o quadríceps femoral, que é a grande massa muscular localizada na face anterior da coxa. Quando o quadríceps contrai, e é acionado, a força de tração gerada é transmitida até o tendão patelar, que, por sua vez, tracionará a tuberosidade anterior da tíbia, fazendo com que haja a extensão do joelho. É isso que acontece, por exemplo, em um chute.
Agora, imagine toda a força necessária para um chute potente se concentrando em um pequeno pedaço de osso. E, para completar, imagine que este osso ainda está em formação. Pois é, a síndrome de Osgood-Schlatter é a inflamação da tuberosidade anterior da tíbia, que ocorre especificamente em adolescentes, ocasionada pela excessiva força de tração que ela tem que suportar.
E quais são as manifestações da síndrome de Osgood-Schlatter? As principais características desta síndrome são a dor e algum inchaço da tuberosidade anterior da tíbia, que fica mais saliente. Em geral acomete mais meninos que meninas, entre os 12 e 16 anos. Muitos pacientes queixam-se de dor somente após praticar atividades físicas, ou ao ajoelhar-se.
Meu filho adolescente tem dor bem localizada em um carocinho que se formou na frente do joelho, o que devo fazer? A melhor coisa a se fazer é leva-lo ao ortopedista. Este profissional poderá identificar exatamente o problema e tratar. Se for realmente um quadro de síndrome de Osgood-Schlatter, o ortopedista irá tranquilizar a família e o paciente, orientar medidas para controle dos sintomas e orientar algumas modificações nas atividades físicas.
Como eu disse, no início deste artigo, a doença de Osgood-Schlatter resolve-se, na maioria das vezes, espontaneamente, conforme se completa o desenvolvimento ósseo da tíbia. No entanto, a avaliação do profissional é necessária, pois outras doenças podem ter manifestações semelhantes à síndrome de Osgood-Schlatter, não sendo tão benignas quanto ela, e necessitando de outros tipos de tratamento.